ARTUR ALONSO

O saber Criador da Mãe- A Taça Feminina

O homem ignorante não vai além da concepção de Deus como um ancião, de longa barba branca, sentado num trono dourado e dando ordens à criação. O cientista caminhará um pouco mais antes de se ver obrigado a lançar um véu a que chama éter, e o filósofo avançará ainda mais um pouco antes de lançar um véu a que chama Absoluto, mas o iniciado caminhará mais do que todos, pois aprendeu a avançar por meio dos símbolos, e os símbolos são para a mente o que as ferramentas são para as mãos – uma aplicação ampliada de seus poderes.(A Cabala Mística – Dion Fortune)

A criação foi feita com sabedoria. No Segundo trono, do Trisquel ou Triade Superior, temos o Amor – Sabedoria. Desde esse segundo trono efetua-se o processo da criação. E daí partem precisamente esses 32 caminhos da sabedoria (inseridos na árvore da vida) dos que fala a Sêfer Yetzirá. Em Provérbios 3.19 – vemos escrito: “O Senhor com sabedoria fundou a terra” – Mas essa sabedoria, não é possível de contemplar em todo o seu esplendor, por nós – seres ainda em evolução precária, finitos. Pois o Infinito, não pode ser compreendido pelo finito. Nós, podemos simplesmente, entender aquela parte da Mente Divina, da qual emanamos, por projeção – se tivermos a ousadia de elevar-nos ate essa esfera do conhecimento (Na “Escada de Jacob” o primeiro degrau tem a ver com impeça dos desequilíbrios emocionais e mentais – ao igual que no 1º dos 12 trabalhos de Hércules…)

Dai que os reflexos do segundo trono, somente podem ser compreensíveis, através das projeções dos mesmos no plano físico, através dos símbolos. Essas projeções, na árvore da vida, nos mostram parte dos aspetos visíveis do Uno. Aquele Uno, que é a raiz de todo ser e toda existência, mas que a sua vez transcende todo ser e toda existência.

Na árvore da vida, esse Uno – corresponde-se com o Plano Ain-Soft: Absoluto e Ilimitado, oculto aspeto do Universal Ser, que representa a pura essência divina.

Essa universal consciência – Mente Absoluta, desenhou o espaço, onde os números e letras da criação, podiam ser gravados – e esse espaço, é continente – taça – o feminino segundo trono. Sendo que através desse corpo feminino, a Deusa Natureza, gera a vida – gestação interior: útero – recolhida e acolhida da semente masculina. E desde esse Útero Cósmico, nesse mar elevado do 2º Trono da Mãe Universal, projeta-se – uma vez idealizado – o plano divino, ao 3º Trono físico do Filho e da Filha, para criar a vida material. Mar do segundo trono – Mar – Maria… Mãe Sagrada.

Assim o Absoluto, Ilimitado, todo Luz – precisa organizar um espaço, dento dessa Ilimitada, Incriada e Infinita Consciência – para assim o universo (o verso do Uno) poda manifestar-se.

Um movimento de contração permite criar esse primeiro círculo: espaço vazio e escuro, através do qual, por emanação, a matéria vai manifestar-se. Dai que, desde nosso ponto de vista olhemos como imensa toda essa escuridão cósmica (dentro da qual a luz – transforma os mundos).

No entanto, como bem podemos inferir, é precisamente essa mesma luz ilimitada, que permite esse ponto de escuridão, necessário para os mundos, emergir em seu cetro.

Dentro desse pequeno vórtice vazio e escuro, a luz comanda a força espiritual, necessária para contrair-se e fixar o espaço. Por tanto essa imensa escuridão, não é mais que um espaço livre na luz, desenhado pela força motriz, absoluta do poder divino. Espaço preciso para realização do trabalho dos mundos… A criação precisa, nesse momento, dessa retirada de luz, que provoca escuridão, porque senão qualquer tentativa de criar, seria ofuscada pela intensidade da divina ilimitada claridade sagrada.

Dai a contração da luz divina, dê passo a um primeiro circulo, onde no vazio sem forma o escuro se adensa (o Tohu e o Bohu, da tradição cabalística, tem aí seu origem). Mesmo assim, em esse ponto axial, também a luz permanece vibrante, imanente, no seu aspeto espiritual; motivando à vontade de evolução e transformação, precisa para a materia vir a ser: Dar Vida.

Assim, pois, no vazio escuro, penetram os raios divinos, animando o inanimado. Desses raios emana também a árvore da vida – Fonte – com os 32 caminhos (22 canais e 10 sefirotes) – formando-se no 2º trono, o plano Idealização, desde onde se projeta todo transito evolutivo.

A Mãe contendo – continente – o conteúdo da vida.

Esses caminhos e sefirotes, permitem também nossa evolução – ajudando a transformar nossa vida energia em vida consciência. Das nossas escolhas, dentro do nosso livre arbitro, depende nosso deambular, por essa cósmica, coletiva e individual árvore. Quanto mais evolução mais claridade sagrada, recebemos; quanta mais ignorância mais obscuridade adensamos, em nossa alma–

Da árvore branca à árvore negra, simplesmente boas escolhas, vida após vida, ate atingir – de novo a Fonte de onde partimos – Essas escolhas fazem a diferença… Eis aqui de novo a Parábola do Filho Pródigo e o regresso a casa do Pai. A noção do Príncipe regressando a seu Palácio. E a Escada de Jacob – Ramos da Árvore – por onde ascendemos ao Paraíso – Da Libertação do pessado Carma.

A Mente Universal – doa pois o poder solar. Enquanto a mente individual, recebe esse elixir, na medida que foi, previamente, preparada para conter, parte do mesmo.

Assim a Mente Criadora Universal – é Luz – Pai – 1º Trono. Mente recetora individual – Vaso, Cálice – vibra na Mãe – conexão com o 2º Trono.

Mãe, pois como intermediária, entre a vontade doadora do pai (no 1º Trono) – e a necessidade de receber o elixir divino pelo filho e filha – no 3º Trono. Dando assim o aspeto masculino, dador – semente e o aspeto feminino, recetor- útero (vaso, taça, grassal – gradal, como copo ou livro – recipiente da sabedoria-Graal). No Feminino fermenta a raiz dos mundos.

Dai o ventre – 2º Trono- feminino – foi criando antes dos céus, que condensam e potenciam a claridade espiritual –

Aqui vemos a Mãe, então de intermediária, que contem a essência celestial – para no plano da idealização – tornar a Ideia – factível de ser manifestada no 3º Trono – Físico, dos Filhos. Descendo estas emanações pelos 22 canais que unem as 10 Sefirotes – na Árvore da Vida. (22+10:32) – Ate atingir o plano mais denso – indicando-nos, a vez, a guia de ascenso.

(22+10: 32) 32 Caminhos da sabedoria – 32 vértebras e 32 dentes, no corpo humano. 10 Sefirotes + 22 Letras : 32 (Dez sefirortes surgidas do nada, mais 22 letras da fundação – expressando à aliança da matéria com o espírito. Do ser mundanal, com o Ser Divino).

Estes 32 “Caminhos da Sabedoria” dos Kabalistas são equivalentes aos 32 Eons primordiais, da escola gnóstica valentiniana, o 33° Eon não sendo mais que o resultado da ação comum, realizada pelos 32 primeiros, e emanado após eles (aquele caminho compêndio de todos – como as oitavas compreendendo os sete).

Os caminhos são elementos meta-físicos que nos ajudam a compreender as Serifotes simbólicas – que estão associadas aqueles números puros da criação de Pitágoras (no universo que tem por príncipio geometrico o número). Diz o Sepher Yetzirah – livro da Criação: “é com as 32 vias da sabedoria, vias admiráveis e ocultas, que Deus Vivo, Rei dos Séculos, Deus da Misericórdia e da Graça, Deus vivendo na Eternidade, Deus Santo, grava seu nome com três numerações: Sepher, Shepar e Sipur; e dizer, o Número, o que Numera e o Numerado…”

As letras contem gematricamente essa numeração. A sua vez, essas 22 letras hebraicas correspondem-se também aqueles 22 arcanos maiores, do Livro egípcio de Thot.

Arcano é aquele que guarda na Arca – Arca da aliança entre o Anjos e os Homens. Arca – convertida em barca, quando chega a tempestade – Barca que resguarda os escolhidos por Noe – Arca oculta em Agharta. A arca da aliança que está dentro de nós – em nosso Eu Superior que nos acompanha desde o início de nossa evolução antes de chegarmos a este plano físico, para caminhar pelos 22 canais mais as 10 esferas, da Árvore Cósmica. Formando o 32.

32 vezes é citado o nome Elohim na Torá.

E as quatro letras do Tetragrammaton, estão ligadas, aqui, também a estes caminhos. Essas quatros letras referem o nome sagrado de Deus, a Unidade, que da passo a pluralidade, para originar a criação.

Isaac Barbosa, nos comenta no seu estudo “A cabala uma alegoria bíblica”: “No âmbito cabalístico, o famoso Tetragrammaton demonstrado nas letras IHVH, nome impronunciável pelos judeus, no que as quatro letras Iod-He-Vav-He demonstram os quatro princípios no homem, ou seja, os quatros elementos da natureza que precisam estar bem resolvidos para sintetizar o quinto elemento chamado de Éter “ Aqui nós encontramos a quinta essência da Alquimia. E continua Barboas: “Quando calculamos às quatros letras do Tetragramaton de acordo com o Tetractys de Pitágoras encontramos os 72 nomes de Deus.

Uma ordem de trabalho é composta por oito integrantes liderados por um príncipe. As hierarquias cabalística somam nove vinculados a uma esfera celeste que podemos chamar de ordem de trabalho” (e nove lembramos nós, é o número do adepto – o Eremita, o buscador insaciável do conhecimento – também a Prudência). “Portanto, quando multiplicamos oito integrantes de uma ordem vezes nove hierarquias encontramos os 72 nomes cabalísticos. Hoje, os nomes cabalísticos são considerados de deuses antigos. Os gregos chamavam de “daimon”. Cada um de nós possui um “daimon” dentro de si. Podemos traduzir “daimon” de gênios ou de deuses. Desde São Jerônimo que efetuou a Vulgata, que consiste na tradução das Escrituras gregas nas linhas latinas que conhecemos hoje, a religião foi dissociada da ciência por questões políticas. Os termos gregos , desde então, não correspondiam ao verdadeiro significado da Sabedoria das Idades. Foi a partir da tradução de São Jerônimo que daimon teve a conotação equivocada de “anjo caído ou anjo do mal”. Então, o conhecimento passou a ser divulgado de forma velada, naquilo que podemos chamar de Sabedoria Ocidental, conhecimento oculto ou movimento ocultista, feito por várias ordens ocultistas entre elas a Ordem Rosacruz” Esse velar, ocultar, deu força fala apariência, tirando das nossas mentes comuns, o conceito criador – Dentro da Unidade, por meio do verbo – ação – da voz: comando.

Deus criou o mundo através da palavra – a palavra, 3ª fase – da ação da Mente Divina (1ª fase – idealizar, 2ª fase – planificar – dentro do útero da Mãe, se planifica – 3ª fase – materializar, no plano do filho, filha, no plano físico).

A palavra criou, intimamente relacionada com o Logos Único – Em Trisquel – Tríade desenvolvendo, as primarias triplas energias: criadoras, conservadores e recicladoras.

E as letras hebraicas, como letras sagradas, relacionadas com a palavra divina, criadora dos mundos – achegando seu simbolismo – Agindo em correspondencia, com cada nova projeção, emanação, plano a plano, realizando-se.

As letras hebraicas, a sua vez, são associadas a números – dai podemos complementar com a visão Pitagórica, do universo numérico, ou o número, como base do universo.

Os caminhos são 32, e Kavod, a palavra hebraica para designar caminho, tem o valor gemátrico de 32.

A palavra Lev, coração – Mente, também tem valor de 32. Como sabemos 32 são os caminhos da sabedoria na árvore da vida: unindo as coracionais emoções à racional e intuitiva mente.

As dez sefirotes da arvore da vida, se comunicam por 22 canais – e – são as associados as 22 letras –

Por estes canais derrama a essência divina, seu poder, desde as sefirotes mais altas às mais baixas. Elas são vasos mas também a essência contida no referido continente – O Graal vai derramando seu elixir desde o cimo ate o mais baixo. Sendo a Sefira Kether, mais espiritual, melhor preenchida pela essência divina, que Malkut, a Sefira mais física.

A essência divina, sendo infinita e ilimitada, tem que ser contida num vaso – sefira, para poder ser distribuída, pela criação. Quanto mais acender, nessa árvore sefirótica – que contem em seus copos o Graal – mais seremos preenchidos pela mesma, mas se expandira nossa consciência, maior será nosso conhecimento do sagrado e maior o nosso desenvolvimento espiritual e intelectual no campos sublimes e físicos.

No Mito Gnóstico de Pistis Sophia, nos encontramos com a criação de 30 formas arquétipas de consciência, chamadas Aeons – a maoires de seus criadores: a Profundidade e o Silêncio (30+2: 32). Profundidade e Silencio, como par primordial, emanado da Luz (32+a luz como1, igual a33 – 33 são os graus da maçonaria).

E acima sempre o Uno Imanente – acima do Logos Criador (projeção do mesmo) – Esse Deus Ilimitado não é acessível, dado que não podemos investigar o que esta muito acima de nós, que somos finitos.

Kether, a primeira sefirot, é inalcanzável, posto estar imersa na Luz Ilimitada, do Ain Soft Or. Enquanto Chokmah, começa ser mais compreensível (mais relacionada com o humano), pois é o inicio do pensamento – o pensamento não verbal – cuja gematria desenvolve o número 613 – número de ossos e vasos sanguíneos do corpo humano, segundo a tradição hebraica. Associado aos mandamentos que o ser humano deve cumprir, para fazer o percurso ético – 613 letras contem aqueles Mosaicos 10 mandamentos. 613 são também os mandamentos da Torá.

E todo conectando a criação e o criador – No entanto o criador da matéria– sendo aquele Arquiteto do Universo, Aquele Demiurgo Gnóstico, Aquele Logos criador da Teosofia. Mesmo as vezes é encarado como um aspeto invertido do bem, representando pelo Deus Uno – na tradição indiana Parabramha. Os gnosticos consideram aquele Demiurgo, como criação da Sophia, sabedoria (Mae – Feminino). Sophia quando esta desceu no abismo escuro, e pelo tanto mais achegado a matéria e o mal. Assim este Demiurgo encontraria-se a inúmeras emanações de distancia do Deus Supremo – Perfeito. Pelo tanto criador imperfeito do nosso mundo imperfeito – Sendo associado a Samel – rei dos cegos; aquele a quem Zoe, a filha de Sophia, denominou de Saklas, bobo. Sendo que todas as tradições confirmam a ignorância como fonte do mal – e dizer a falta de Conhecimento, de Sabedoria (o afastamento da Mae Sophia)– a vibração longe 2º Trono – Do Sagrado Feminino. Seja esta ignorância exemplificada da forma que for, em cada cosmogonia.

Pelo tanto somente no caminho da superação da ignorância, no caminho da transformação de toda escuridão, apego, ódio – ressentimento, os seres humanos podem voltar sua face a Deus – encaminhando-se primeiro ao seio verdadeiro da Mãe – berço do perdão idealizado.

Para libertar-se da ignorância, é preciso transitar das esferas inferiores ate, pela evolução – ascensão, chegar a esferas mais altas, mais perto da luz – E ai encontrar o rosto Imaculado da Virgem Pura – Pureza dos renascidos..

E pois, que através da sabedoria ou gnose (Da Emanação – entranda na vibraç não – de Sophia) o

iniciado peregrino, pode acessar ao conhecimento preciso, para sua libertação. Sendo a centelha divina(em conexão continua com o mundo espiritual sagrado da Mãe Cósmica, no elevado 2º Trono), aquela única capaz de desenvolver o ato libertador: por isso é preciso, para o humano ser, limpar seus veículos inferiores, para poder acessar à mesma.

Com o quadrado inferior limpo, bem lavrado – a Pedra Cúbica – pode inferir dos lampejos do triângulo superior – onde a centelha divina está presente. O Awen pode descer é unir a parte espiritual à matéria, libertando o ser das cadeias da mortes – da roda do Samsara…

Eis, aqui que bem e mal, não tem o referente psicológico, do mundo ilusório dos humanos. O Demiurgo e o Deus Único – são em realidade complementários, de tal modo que no inicio da experiência material, tudo deve ser atritado – para no final da salvação – redenção espiritual, tudo de novo ser glorificado no seio da Mãe, enquanto o Pai – desde o cimo – observa.

Aqui o significado da descida na matéria, tem como objetivo ampliar as experiências e conhecimento das partes no todo, e do todo nas partes. Sendo que por amor o Ser Univeral – A Mente Única – Cósmica, se deu aos mundos – criando seres, para ter algo que amar. Em esses seres, seu amor se condensa.

Por livre arbítrio, na ignorância do desconhecido, eles no inicio erram. Por compreensão, conhecimento, superação da ignorância pela experiência – e as boas escolhas – a Mónada

torna de novo ao verdadeiro sistema divino – Assim como na primeira hora do Nucteremon de Apôlino de Tiana “os demos entoam, em conjunto, louvanças a Deus. Eles perdem a maldade e a ira” – Com a chegada da luz, o conhecimento, fim das trevas, nossos demónios interiores, se transformam em seres de amor. A chama gnóstica – o elixir divino – a essência griálica, penetra todo nosso ser – voltando-o de novo à fonte – Derramado esse elixir, desde o copo a Mãe, quem o resguarda. Contendo seu conteúdo original, para evitar, materiais contagios. Sublime segredo, que uma vez desvendendo concende o fugir da ignorância.

O Segundo Trono – Seio da Grande Mae – abre seu tubo cosmico elevado – no plano celeste da luz – para conectar com nosso tubo cósmico humano – desde a coroa ao cóccix – irradiando aos pés – inundando de radiante energia gnostica, nosso novo amanhecer na nova vida: Batismo solar.

Assim o caminho cósmico da Mónada Universal, entronca com o caminho individual e coletivo. O caminho Galaico da celtica Árvore da Vida, assim também o reflete, como bem informa nosso bom amigo Afonso da Moura (em comunicação particular, a 01/10/2019): “ O Caminho da Peregrinação Galaico é projeção da Árvore do Mundo, de cujo orvalho, seiva e fruto resulta a bebida da imortalidade que contém o Graal, emblema deste País, como o Dragão e Leão correspondentes a raízes e tronco da mesma Árvore Cósmica… A fonte é mesmo a Árvore da Vida, relacionada por R. Guénon ao soma védico, ao haoma mazdeo …, da qual o Orvalho da Luz emana na Qabbalah hebraica, um orvalho importante também para a tradição hermética… Quando Santiago chega a Compostela, ele inevitavelmente traz consigo a Escada de Jacó, que, sustentada pela Árvore Galaica, conecta céu com terra e inferno, no centro axial de onde surge e para a qual a existência retorna, viajando o peregrino análogo caminho ao da fruta solar que, após ascender para sua formação, desce com a maturidade antes de retornar às origens, na forma de uma semente, e reiniciar o ciclo bio-cósmico; fase de descida que corresponde à Árvore da Ciência como instrumento de Queda, e de ascensão à Cruz feita com a madeira daquela, como instrumento de Rendição. Cosmizado o mundo dende o país galaico, o peregrino desce pela projeção da árvore até retornar às raízes antes de renascer para sua nova existência… Como poeira estelar, a alma sobe ao céu para se juntar à peregrinação de almas que formam a Via Láctea, azinheira caída na tradição finlandesa, entre outras que a comparam a uma árvore ou que a chamam de Caminho dos pássaros ou gansos …, como os finlandeses , lapones, estonianos …, o pássaro deve simbolizar a mesma “alma” que pousa, por exemplo, como um corvo, no Ygdrasil. A peregrinação imita no plano terrestre mais horizontal, aquele a ser realizado pela alma, através de planos infernal e celeste, verticalmente”

Seja com a realização, daqueles 12 trabalhos de Hércules – com o 1º do equilibro emocional – mental, que possamos nós, encontrar aquela harmonia, que possibilita a interior paz – que abre a senda, de volta ao paraíso.

Com confiança, perseverança e fé – sabemos que conseguimos.

Assim Seja!