SISTEMA – ANTI SISTEMA . NA PROCURA CERTA DA PAZ.

Artur Alonso

Aqueles que tiverem possuído o Divino Conhecimento, brilharão com todo o brilho dos céus. Mas aqueles que o tiverem ensinado aos homens, segundo os caminhos da Justiça, brilharão como estrelas por toda a Eternidade…“(Do Livro do “Zohar”)

O sistema

Entendemos por sistema um conjunto de regras, princípios, medidas, normas, procedimentos, que regulam o funcionamento duma coletividade. Para que este seja efetivo, a coletividade em si deve criar antes uma ideia compartilhada de comunidade. Ou seja, algo, comum que mantenha essa unidade. Pelo qual um verdadeiro sistema deve tender a uma relativa estabilidade, dentro dessas normas comuns, que verificam aquela unidade.

Sistemas complexos, como nosso corpo, precisam de homeostase para manter sua estabilidade. Esse tipo sistema deve tender àquilo que brilhantemente explicou Claude Bernard, quando definiu a “homeostase”. E dizer procurar que todos os mecanismos vitais, por muito variados que sejam entre si, tenham por comum objetivo a manutenção da estabilidade. Dai que sempre se faz preciso procurar essas condições, que influam positivamente no desenvolvimento adequiado do meio interno; o seja verficar e intensificar os mecanismos que beneficiam a maioria, no seio da própria comunidade. No nível biológico a sobrevivência daqueles organismos, que interagem na natureza, fê-los requerer dum meio interno homeostático. Assim como dum médio ambiente externo adaptado às suas características. Médio onde a “seleção natural” de Darwin, esteja compensada com aquela “ajuda mútua” estudada por Kropotikin. Isso, de algum modo, facilita também uma espécie de homeostase externa.

Eis pois que o verdadeiro sistema procura a harmonização, tende para o equilíbrio; caminha para um ordenamento vital, vivo, em movimento, mudança, mas com intuito de evolução, aperfeiçoamento. Se assenta no construir. Na Paz, na esperança, no acordo, no diálogo participativo (de todos os sectores representativos, dos diversos coletivos) e, pelo tanto no consenso. Projetando seus anelos na busca da distensão. Distender, estender-se, alongar-se para diversas direções. Para finalmente unificar, os variados critérios, num plano conjunto de trabalho inclusivo e não excludente.

Anti-Sistema

Pela contra por definição o antissistema, se opõe ao sistema. A ordem estabelecida. Quebra a harmonia, a homeostase, na procura do desgaste, a entropia que volta ao caos inicial, antes de começar a organizar-se o cosmos. Caminha para a destruição e não para construção. Fomenta dinâmicas de guerra, de confronto, de imposição, de não colaboração.

Força poderosamente a base involutiva, evoluindo, através de fomentar o desequilíbrio; como veneno corrosivo, tóxico, que desgasta os esforços do sistema na organização.

Não entanto o antissistema é também uma ferramenta natural de reciclagem, em cada fim de ciclo, oportuna .para reciclar o velho e permitir surgir o novo: fechando a porta daquilo que contrai, decai; abrindo as portas daquilo que inicia lentamente sua expansão necessária. Ao igual que no nosso corpo, chegada a hora precisa da morte, o Antissistema cria sua especifica metástase, precisa, para desconstruir o velho e permitir o inicio do novo. As células cancerígenas começam a disseminar-se do seu foco primogénito, formando novas colonias, ate finalmente contagiar todo o corpo, já contaminado e doente.

Assim por analogia, podemos compreender, que chegado um momento de máximo esplendor, qualquer sistema social em expansão, começa contrair, gerando das suas anteriores pequenas contradições, problemáticas insalváveis; que obrigam a mudança completa do paradigma velho, onde aquela coletividade se assentava. Permitindo, deste jeito, ultrapassar o velho sistema já morto, por um novo sistema, já em ascenso. Graças as dinâmicas negativas, de contração, destruição, imposição pela força, obriga á coletividade a abandonar o velho, e dar bem-vindas ao novo. Pelo o impulso das práxis negativas viçadas criadas pelo antissistema. Assim podemos inferir, que a espiral expansiva em rotação (dentro das dinâmicas energéticas toroidais, estudas pela física quântica), contem dentro si outra espiral em rotação contraria, que exercem o papel de sistema e antissistema. Alternando-se mutuamente, no papel, segundo uma, das duas, ascenda e outra decaia.

Seguindo, como aparentam seus movimentos, características próprias da lei universal da polaridade. Lei natural geradora da vida – no seu aspeto de união masculino, feminino. Pois é através desta polaridade bem – mal, negativo – positivo, construtivo – destrutivo, que os seres humanos fazemos nossa aprendizagem, no espelho comparativo desta grande experiência que é a vida.

Ideia de Dualidade

Na criação do mundo houve dois universos paralelos. O universo sem defeito era a Árvore da Vida, e a realidade estava na Árvore do Conhecimento. Nesta habitam o bem e o mal. O ser humano recebeu de Deus a capacidade do livre arbítrio. Quando escolhemos a Árvore da Vida, optamos pela inexistência do caos. Quando Adão conectou-se à Árvore do Conhecimento e comeu o fruto proibido, fez a sua escolha, a conexão com o caos, que depois chegou à sua forma bem mais elevada: a morte.” (Arnaldo Niskier, Revista Brasileira. Separata “O Zohar – Alma da Cábala”. Outubro, Novembro, Dezembro 2011 – Nº 69)

Para obter o conhecimento é preciso ver em contraste – o Sistema: Árvore da Vida e o Anti-Sistema: Árvore do Conhecimento.

Para voltar a entroncar no Sistema, precisa-se iniciar um caminho do meio, que transite entre o bem o mal (que vemos desenhado na polaridade mesma, que se mostra no espelho da Árvore do Conhecimento). Aquele caminho sugerido pelo Budha: o caminho da neutralidade. Caminho que somente poderá ser vissível se completar, ao unísono, a octúpla senda. Mas curiosamente somente poderemos alcançar este, quando atingir aquele oculto conhecimento que nos permita retornar ao contanto com a Árvore da Vida. E esse retorno solo é possível com a superação da ignorância, trás transitar, vida após vida, a senda espiralada da sofrida Árvore do Conhecimento. Uma vez traspassados seus sinuosos caminhos de descobrimento, teremos chegado a desenvolver a tripla pacificação, da qual tanto tempos falado…E que passa, pela pacificação do indivíduo – dentro de si mesmo; a pacificação da sociedade, coletividade com a natureza e; a pacificação entre os povos (através do mútuo e aberto conhecimento, assim como à volta à unidade, pela raiz comum de todos os povos). E dizer, obter o conhecimento real e vital, de como em realidade essa vida tripla: no nosso interior no planeta e cosmos, funciona.

Mudando as dinâmicas de rivalidade pelas de verdadeira igualdade. Mas não confundido igualdade de direitos, justiça social, igualdade nos deveres, com uniformidade matadora da diversidade e pelo tanto da vida. Pois a vida precisa do diverso, em união, para formar o comum, na ajuda mútua refletido, através da união sexual amorosa; feminina, masculino, em geradora da vida e exuberância. Enquanto a união sexual mão amorosa, forçada, imposta, gera a contração da exuberância: a frustração, o encolhimento da alegria, a expansão da tristura.

Dai a igualdade dentro da diversa, ser precisa, para permitir desenvolvimento de todos os seres vivos, com espaço vital suficiente para desenvolver seus projetos de vida. Pois esses projetos bem encaminhados, são células vitais que irrigam energia potencial ao resto do sistema. Alegres, vitais, essas células criam vida dentro da vida: exuberância (sempre que respeitemos seus ciclos devidos de regeneração natural). Contraídas, forçadas, amargamente irradiam energia ao sistema. Dai, que as condições de igualdade, respeitem também, a diversidade.

Igualdade – Fratenidade

O igualitarismo deve dar-se também então no plano da legalidade, no plano de justiça mesmo na economica, mas não no Estado Evoluitivo – onde cada ser deve estar no seu nivel adequado (a sua aprendizagem), ótimo para seu crescimento. Esse nível deverá ser conquistado com seu esforço, trabalho, capacidade ética, consciência… Indepedentemente, que um determinado Estado de Consciência não seja melhor ao outro, ainda sendo mais avançado ou atrassado, no aspecto da sua humana evolução.

Sendo este o matiz igualitário.

No entanto o Estado evolucional marca a tônica de vida de cada ser humano, e segundo esse estado, cada ser deve servir a sociedade, conforme onde, sua experiência vital percisa para ele, também for útil para coletividade, onde esse individuo esta inserido. Os mais evoluidos intelectualmente fazendo os planos específicos, de cada materia, que possam depois ajudar a contínua mudança, avançar na harmonização sistémica. Os mais evoluídos espiriutalmente, transmitindo as tônicas pelas quais, as novas filosofias, trabalham na mudança do imaginário coletivo em favor da paz, o bem, a vida: com amor, dedicação, vontande, perseverança e fé. Os mais evoluídos fisicamente, ali onde seu poder é adequado para defesa dos mais deveis em esse aspeto, contra possíveis tentativas de impor pela força física à vontade ególatra.

Os mais evoluidos em todos os campos, tornam-se assim guias naturais (entre iguais, pois cada quem destaca em seu campo), que encaminham os outros – abrindo novas portas. Passos para que os menos favorecidos, possam transitar e ter mais alternativas e escolhas, a hora de realizar seu caminho de ascensão, em face duma nova coletiva consciência.

Todos e todas, trabalhando para si, e em comum a tripla pacificação – do ser interior, do entorno, e dos povos.

Ideia de Igualitarismo

O professor Armando La Torre, em conferencia intitulada “Sociedade Civil, Democracia e Desenvolvimento em América Latina”; realizada na Universidade Francisco Marroquin, a 28 de Agosto de 2009, afirmava que o mito da igualdade, uma origem por etapas. Primeiramente desenvolvido pelos “Estoicos” gregos, na sua visão de igualdade dos seres humanos, conforme a sua natureza. Mais tarde o cristianismo acrescentou a ideia de igualdade ante Deus. No século XVII, na Inglaterra surge a ideia de igualdade ante lei, no sentido que todos os seres humanos deviam ser punidos com as mesmas sanções, segundo os diversos crimes.

E finalmente, na revolução francesa desenvolveu-se o conceito de iguais em logros. Ou o que é o mesmo, direito de uma certa igualdade de ingressos. Este conceito da revolução francesa, seria transformado na revolução russa, na igualdade entre proletários, camponeses e marinheiros.

Para ser transformada no igualitarismo preciso, para controle social dos poderes totalitários, nos regimes comunistas, a partir do Estalinismo ou de caráter estalinista.

Desde este ponto de vista teríamos, a igualdade natural, a igualdade ante Deus, a igualdade ante lei e o direito a igualdade de rendas. Este ultimo mal focado daria lugar ao igualitarismo na base dominada, e ao igualitarismo dominador, na base que controla o estado – Havendo entre eles um abismo de ingressos.

Ou o que seria o mesmo, empobrecimento do ricos, mantimento da pobreza dos cidadãos, e enriquecimento dos burocratas que controlam o estado e a sociedade…

Enquanto a ideia original inglesa de igualdade ante a lei, tem derivado em nossas sociedades capitalistas, na ideia de igualdade de direitos e deveres. Cidadãos contribuindo a Fazenda Pública e mantimento do Estado, em troca dum Estado que promulga leis, que protegem ao indivíduo contra as arbitrariedades do poder. Mas, que na pratica, tem-se desenvolvido (no seio de nossas sociedades ocidentais) um poder mercantil à sombra, que controla os Estados. Este poder exerce uma influência tal sobre o legislativo, executivo e judicial, que finalmente se cria uma espécie de dupla legalidade – favorecendo tanto nos direitos como nos deveres, sempre ao poder das Grandes Corporações Privadas.

Adequando a legislação a esta realidade. O qual, em tempos de fim de ciclo, involução sistémica, perigo de implosão anti-sistema, cria dinâmicas de autodestruição, desalento, desilusão-depressão, que criam inercias em favor da contração. Favorecendo o anti-sistema. No entanto estas dinâmicas muitas vezes ficam tapadas, escondidas, pelos véus criados numa ilusão mediática – hipnótica, que desvia da realidade o imaginário individual e coletivo. Mas este Maya não se corresponde com a verdadeira realidade…

Assim, que desgraçadamente, nossa escolha fica limitada, entre um caminho de perda liberdade, no excessivo controlo estatal. E um caminho de falsa liberdade de escolha, no controlo financeiro privado. Sendo a escolha real entre o poder do Estado ou do Mercado: Servir a Elite burocrática do Estado ou a Elite Financeiro Burocrática do Mercado.

Escoha entre dous sistemas – em combate permanente.

Assim as cousas, perecer não haver outra alternativa, para a humanidade, que escolher entre uma organização social baseada no livre mercado – capitalismo – liberalismo (em suas diversas vertentes e graus) ou uma outra baseada no controlo estatal do mercado – comunismo – socialismo (em suas diversas vertentes e graus). Ambas em contraposição, concorrência e em permanente guerra (em todas as suas modalidades: desde a guerra ideológica – cultural, do 3º tabuleiro, a guerra económica – comercial, do 2º tabuleiro, ate a mais crua guerra militar do 1º tabuleiro).

Em ambas modalidades de escolha uma elite dominante, controla a população, mediante o uso coercivo da engenharia social, e da imposição dos, mais estreitos ou mais amplos limites. Limites a não ser ultrapassados. Mantendo as margens precisas de pressão, por meio dum sistema judicial, criando dentro próprio sistema, para evitar a queda do mesmo.

Poder Legislativo, Executivo e Judicial, conjuntamente trabalhando para a manutenção do sistema político – económico – militar. Com maior ou menor autonomia, dentro das margens que o sistema permitir, segundo maior o menor forem as marcas, que permitam certa liberdade individual e coletiva, dentro do controlo social, exercido pelas elites que comandam aquele sistema.

Mas em todos os casos, as hierarquias dominantes elaboram a ideia, criam o pensamento, e difundem, mediante engenharia social o novo paradigma, que cria a realidade existencial, na qual os seres humanos, que vivem nessas coletividades, desenvolvem seus particulares caminhos ou viagens: sua experiência vital.

Vivendo, na prática, num continuo cenário de guerra.

Guerra em diversas modalidades: individual, pelo acomodo dentro da sociedade. Coletivo, entre diversos coletivos, organizações, associações, pela supremacia em determinados ramos: sejam proletários, burgueses, sejam grupos de famílias, linhagens, carteies em confronto: lutando pelos espaços determinados, nos determinados espetros da sociedade. Guerra direta ou confronto, mais suave, entre países, regiões, ou modelos políticos – económicos – sociais. Guerra intra: dentro de cada indivíduo, de cada organização social (sindicatos, patronal, organizações culturais, partidos políticos…) Guerra externa: entre coletivos, países, regiões… Ou entre blocos de poder global, em luta pela hegemonia.

Assim, vivenciamos o mundo, ainda muito pressionados pela falsa interpretação da teoria de Charles Darwin, de somente serem possível sobreviver aqueles mais forte, astutos e melhor adaptados. Típica visai dum paradigma de guerra – concorrência. Somente, factível a paz, quando ambos os contendentes, ficar uma situação de força similar – o que determina, a imposição de acordos pontuas. Mas quando um dos contendentes, entrar em contração, o outro vai expandir, impondo seu modelo. Assim, que finalmente, a imposição é norma real a que a anelam os poderes vivos, hoje ancorados no paradigma guerreiro.

A Paz Precisa-se.

Esqueçamo-nos daquela “Ajuda Mútua” estudada pelo russo Piotr Kropotkin, que nos ensina como também, em nosso entorno natural, alem do combate, temos redes imensas de interdependência, e que são precisamente estas redes, que criam (respeitando devidamente os ciclos) a exuberância natural, que permite a vida em harmonia. E essa inter-relação exuberância – distensão, é vital, para concretizar um caminho acertado da paz. Onde a luta pela sobrevivência, dentro das dinâmicas de escassez, não marquem nossa vital experiência. Assim, podemos observar como na África, as manadas de elefantes, são dirigidos por uma matriarca experiente, que impõe sua visão ao grupo; no meio de períodos de abundância e escassez.

Mas no Oriente, na China, as mesmas manadas de elefantes, são dirigidas, de forma mais democrática, por várias matriarcas experientes, em consenso de ideias, onde varias visões convergem, para um objetivo de direção. Mas no entorno ambiental onde vivem estes grupos de elefantes asiáticos, a exuberância alimentar está garantida.

O grande problema é que imersos nestas dinâmicas de guerra, medo a não sobrevivência, nos encontramos na dicotomia: de ante a ameaça de morte, reproduzir aquilo, que visionamos, como contrário aos nossos imediatos interesses, ser provocador de miséria. Enquanto aquilo que visionamos favorável, a nosso imediatos interesses, ser provocador de sustento. Dai vivermos no numa mentalidade real curto-pracista, que impede trabalhar em favor dum futuro melhor.

Ao mesmo tempo, estas dinâmicas de confronto, nos impedem tender pontes de dialogo, somente possíveis numa ambiência de paz. Daí fica apagado do nosso imaginário coletivo o caminho do meio, a pesar da demonstração pratica do Budha, de este caminho, ser o único que conduz a realização homeostática dum sistema coletivo. E esse caminho começa na distensão individual, em conseguir a paz interior, dentro de cada ser. Eis, por que com rotundidade positiva Gandhi afirmava que: “Cada vez que um homem dá um passo em favor da paz, toda a humanidade dá um passo em favor da paz”.

Aos novos avanços tecnológicos, nascidos das novas descobertas cientificas, criadas na luta do ser humano, para melhorar suas condições de vida; assim como os trabalhos filosóficos em favor duma sociedade mais evoluída; permitem já caminhar em uma nova senda da paz.

Mas a tendência guerreira dominante, cria dinâmicas reais tão fortes, e estrutura todo entranhado económico – social e militar, em um impulso tão de concorrência – luta, que atrela nossos corações duvidoso a luta irreal pela sobrevivência. Quando hoje, já esses avanços permitem gerar continua exuberância, respeitando os ciclos naturais, se houver um real acordo global, entre as diversas elites, em guerra pela hegemonia.

Avanços que devemos a tantos homens e mulheres, que durante milénios, têm trabalhado em favor duma humanidade fraterna e duma cultura da paz; apesar de que muitas vezes, estes avanços foram usados para criar um maior e mais temível belicismo.

Esses mesmos avanços cienticos, que incentivam uma mudança no paradigma económico, que a sua vez incentiva uma mudança no paradigma social, marcham sem parada, em favor duma necessária mudança no paradigma global guerreiro, que tem dominado à humanidade, desde quanto menos a Idade do Ferro. Mas, como já observamos as inércias de desconfiança, criadas, em séculos de acomodo a viver no mundo da guerra, impedem esse acomodo – mesmo sabendo, que de não ser paradas, a humanidade se encaminha à famosa DMA (Destruição mútua assegurada). São tão poderosos essas inércias, que ao invés de aceitar, que entre estes os dous grandes blocos, em concorrência pela hegemonia (Império Ocidental – Império Russo, Chinês) nao existe possibilidade de vitória; ainda temos alguns “loucos do porão” (como os denominara em seu dia, o ex-presidente americano George Bush pai) sonham possível obter uma vitoria uma hipotética guerra termonuclear.

Esses elementos, devem ficar isolados em toda administração, e deve predominar aquele clima de fria decisão, que mesmo em tempos de grande incerteza e pressão, possa minorar o risco duma guerra fatal. Tal como no seu dia fizeram, como muito bom senso o presidente americano Jonh F. Kennedy, e seu homologo soviético Nikita Khrushchev, mantendo a raia, os setores belicistas dos seus respetivos gabinetes, na famosa “crise dos mísseis cubanos”.

A humanidade, que quase sempre, adormece em seu périplo vital, sem conhecer destas situações tão tensas, em toda sua magnitude, ignora ainda a dia de hoje, quando lhe devemos aqueles dous grandes homens (que com diametrais conceções de mundo) souberam antecipar a reta aptidão, ao estérico medo; mantendo uma atitude fria, de grandes estadistas. Ambos, haveriam de ser afastados, um pela morte outro pelo ostracismo político, de seus postos de comando. Pois os setores belicistas escuros, nunca perdoam, aos grandes heróis anónimos da humanidade. E de honra, servir-lhes esta humilde homenagem.

Hoje mais que nunca a paz é precisa. E exemplos dignos, como os de Leoa Tolstoi, que escreveu o livro “O Reino de Deus está dentro de vós”, cuja leitura fez caminhar na paz a Ghandi. Mandela, que mudou do guerreiro africano de raiz zulú; ao homem da paz e do consenso… E de tantos outros, que deram sua vida em prol da mudança do paradigma de guerra, devem ser já a norma e não a exceção.

A Guerra Comercial Deve Parar- Acomodo Global.

Assim que guerra comercial, que agora entra numa fase muito incerta, entre EEUU-China, deve parar. Aqueles loucos que sonhem, que a jogada de Huawei, pode travar a económica tecnológica chinesa, estão destinados ao fracasso. China, possui no seu haver ou mediante a aliança com Coreia do Norte, quase o 70% das denominadas “terras raras”, ou terras que produzem os minérios precisos para o despertar tecnológico. Encarecer ou travar a produção desses produtos, com destino a Ocidente, poderia criar um problema muito grave a Industria Tecnológica de todo o Império Ocidental.

Mesmo se decidir, começar a vender livremente suas notas de dívida Reserva Federal América, poderia provocar um tsunami contra o dólar, que tiraria essa moeda do comando mundial, que apesar da sua fraqueza, ainda possui. No entanto, a frialdade chinesa, tem mostrado uma perceção de que evitar piorar as cousas, contribui mais, a evitar uma guerra.

Estamos diante, dum império chinês em expansão, e um império ocidental, em contração. China, adequada melhor a mercados abertos, obriga ocidente, impor muralhas, travar seu avanço. Mas isso não é uma boa noticia para o ocidente. Ocidente não pode por muito tempo virar impondo muros, numa economia que ele mesmo criou, no sonho do poder financeiro ocidental, dominar o mundo. Si isso continuar por muito tempo, se China, resistir bem e ser capaz de contornar os cercos: Ocidente terá de enfrentar-se a seu maior pesadelo, aos poucos ceder o comando.

E isso seria como reconhecer, que no novo cenário, implementado pela lei de continua mudança, o empreendimento chinês, em todas as áreas: capital humano, capital tecnológico, capital económico… vai, aos poucos, subtilmente substituindo a um mundo ocidental já em decadência. Assim, que si Donald Trump, consegue submeter China, nesta guerra comercial poderia permitir ao Império Ocidental dominar ainda o globo nas próximas décadas. No entanto, se ao invés não poder conseguir o ganho nesta partida, somente ficaria uma outra opção: controlar Rússia. Rússia devido a sua extensão geográfica, é o único pais, capaz de encurralar China. Mas, esta tentativa, de momento, não tem funcionado. E isso, nos mostra outra cara da realidade, da que muitas vezes, ocidente não gosta reconhecer, e é, que a pesar da tentativa dos anos 90, de levar URSS, ao derrube total (lembram os russos que da Perestroika, rumaram a Catastroika), a nova Rússia de Putin, soube manter o capital humano preciso, para manter em mínimos e logo renovar, seu arsenal militar, a tal ponto, que com menos do 10% do que investe EEUU, em armento, se tem tornado, um poder imbatível, ate o momento, em esta área.

É possível, que no final deste embate, os dirigentes do mundo sejam capazes de dar-se conta, que em meio duma crise económica global, com a quebra sistémica de 2007-2008, da qual as finanças mundiais nunca ser recuperaram (em realidade somente a alquimia financeira, baseada no engano de compra de ativos próprios, pelas mesmas Corporações, aproveitando os interesses 0 dos governo dos EEUU, tem permitido aparentar normalidade e mesmo crescimento), somente é possível um acordo global, entre iguais. Onde Ocidente e Emergentes, se sentem a desenhar um novo marco mundial, com uma novo moeda global de referência, e novas normativas, pautadas entre todos.

Esse assemelha o único caminho para sobrevivência. A paz é precisa. E as dinâmicas globais, entre guerra termonuclear, e acordo global, assim aconselham.

Existem modelos alem dos dous falsos modelos de guerra.

Em realidade, existem modelos alem, destes falsos dous modelos de guerra (falso comunismo – falso liberalismo) onde o poder estatal pode conviver com o poder privado.

A Europa do Estado do Bem Estar, utilizou um modelo a metade de caminho – caminho do meio – entre socialismo e liberalismo. Que foi permitido, dado as dinâmicas de guerra fria, e o poder igualado entre trabalho e capital. Mas, tombada a URSS, foi abolido pela pressão da liberação.

Esse modelo deu maior avanço e coesão social, que a Europa sonhou em toda sua história, criando um capital humano, que foi em seu tempo a inveja do mundo.

E esse é um modelo a meio caminho, fora das dinâmicas de guerra: onde capital e trabalho, dialogam, e abrem mutuamente espaços de colaboração, não invasivos que permitam às sociedades viver em maior harmonia e menor concorrência. Reforçando à ajuda mutua, e minorado a concorrência fatal pela sobrevivência.

Limitando o âmbito, da competição, aos planos da leal disputa que incentiva a inovação e a procura do conhecimento… sem riscos de confronto, pois, essa concorrência fica suavizada pela ajuda, entre concorrentes, para maior proveito global das sociedades.

E esse desenho pode ser implementando no nível global, para criar acomodo, entre o poder Ocidental e o Poder Emergente… enquanto o mundo caminha, a nova e imparável transição a nova Idade Tecnológica, que significa a maior mudança evolutiva, desde o descobrimento do fogo.

Ultrapassar o Antissistema da Guerra.

Hoje, devemos ser cientes de que vivemos dentro dum antissistema de guerra, concorrência, imposição, predação; que tende a autodestruição. No entanto, ele se mantêm, por séculos e milénios, criando, dentro do antissistema bélico autodestrutivo, um centro geográfico hegemónico evolutivo (que muda nas diferentes épocas), que permite estabilizar o antissistema, marcando limites a involução geral autodestrutiva. Quando esse centro geográfico involui, criando dinâmicas de destruição, um novo centro (que recolhe o melhor desenrolo do velho) afirma-se em outra latitude. Como já temos explicado, hoje, depois de todo o hemisfério norte ter achegado centros geográficos de evolução, expansão e devida, final, contração; a marcha do avanço evolutivo da humanidade está a rumar do hemisfério norte ao sul; com um novo centro geográfico ainda por preparar na América do Sul.

Por enquanto, o velho Império Ocidental em decadência terá, que procurar um acomodo global, com os seus concorrentes Emergentes. Ou pela contra, o pior dos cenários de guerra, imprevisível.

Mas além do antissistema de guerra involutivo, equilibrado pelo centro geográfico temporal evolutivo; existem modelos de sistema geral evolutivo, com desenvolvimento de antissistema nas periferias, que deveria ser o modelo a implementar na nova humanidade, que vai ser gerada no hemisfério sul, nos próximos séculos. Uma humanidade mais evoluída, onde a renovação tecnológica, terá por força de ir acompanhada por uma ampliação da consciência em todos os campos: pisco – emocional, racional mental e intuitivo. Alguns pequenos exemplos deste tipo de experiências de comunidades onde a guerra entre opostos era substituída pela complementação dos supostos contrários, pela analogia dos mesmos; têm também existido ao longo da história.

Modelos Complementares

Na historia da humanidade temos observado períodos, onde o modelo comunista e liberal, não foram concorrentes e sim complementares. Onde, a ideia da comunidade estar por riba da individualidade. Ou, a ideia da liberdade individual estar por riba da justiça social, foram ultrapassadas. Épocas, onde o social trabalhava para liberdade individual, e a liberdade individual em favor da comunidade.

Aí o comunismo, permitia efetiva o livre arbítrio, e o livre arbítrio – liberalismo, com o necessário empreendimento individual, revertia em favor da colectividade: gerando mais-valia para toda a sociedade; não estando o indivíduo por cima da sociedade – mantendo um igualitarismo ante a lei, ante a natureza, e ante a ideia de ser seres universais, nascidos duma inteligência criadora, cuja demonstração mais vital era a semente. Pois, dentro de cada semente, uma informação genética, mantêm seu plano de vida – algo que somente poderia ser efetuado por uma Mente Cósmica…

Eis então, que em essas épocas, igualitarismo não equivalia a uniformidade e liberalismo não equivalia a cumprir a vontade individual ególatra dos mais poderosos.

O caminho do meio estava traçado e as sociedades vivenciavam esse viver harmónico.

Para chegar a implementar esse modelo complementar de paz, que ao longo da historia conhecida, foi vivenciado em pequenas comunidades em breves períodos de tempo, é preciso uma profunda mudança de consciência individual e coletiva, trabalhada na já falada Tripla Pacificação. Na historia temos exemplos de comunidades como os Pitagóricos, Estoicos, Essênios, nazaritas, comunidades gnósticas cristas como as de Prisciliano na Gallaecia, herdeiras do judaísmo de Qumra que deu no gnosticismo. Algumas comunidades indígenas da América do Sul ou Norte-Americana, com uma consciência menos desenvolvida cientifica – tecnologicamente, mas muito desenvolvida espiritual e ecologicamente.

Comunidades onde o comunismo, entendido como igualdade, não uniformidade e o liberalismo, entendido como exercício pleno do livre arbítrio, se tornavam necessários e complementarios na experiência vital. O livre arbítrio trabalhava em favor da comunidade, e a comunidade em favor do livre arbítrio. O individual gerava riqueza no comum, e o coletivo permitia iguais oportunidades, nos indivíduos – dentro da tónica evolutiva de cada um. Cada um cumprindo sua missão, para seu benefício e para benefício do coletivo.

Foi e ainda é possível este modelo. Mas somente pode realizar-se em sociedades onde o desenvolvimento psicológico e espiritual, individual e coletivo, sejam a norma e não a exceção.

Daí, ser também preciso um novo Centro Geográfico Universal, que permita irradiar esse novo modelo social.

Onde as novas consciências, possam ajudar a criar uma verdadeira nova humanidade de paz. Centro geográfico, que como já temos comentado, já não será mais no hemisfério norte, que deu grandes avanços à humanidade, mas já ficou exausto, do seu desempenho histórico. Senão que o novo destino rumará para o Hemisfério Sul.

Mas por enquanto, teremos, de conformar-nos com toda à humanidade, tentar desenvolver uma nova consciência de paz – e, pelo de agora, pressionar nossos dirigentes a pactuar um novo acomodo global, fora da ameaça nuclear de guerra. E dessa pressão e recuperação dum global movimento pacifista universal, mais além de divisões esquerda – direita, mulher – homem, norte – sul… Dependerá, desta vez, sim, nossa sobrevivência.

‎”Em cada coração há uma
janela para outros corações.
Eles não estão separados,
como dois corpos.
Mas, assim como duas lâmpadas
que não estando juntas,
sua luz se une num só feixe.”

RUMI